Como parte da cobertura do Archdaily para a Pavilhão Nórdico. Abaixo, os participantes descrevem o projeto com suas próprias palavras.
O escritório de arquitetura finlandês Lundén Architecture Company foi escolhido para projetar a intervenção no pavilhão nórdico da Bienal de Arquitetura de Veneza de 2018. A proposta de Eero Lundén, intitulada Another Generosity, explora a relação entre a natureza e o ambiente construído.
O objetivo é explorar novas maneiras de projetar edifícios, enfatizando esta delicada, e muitas vezes invisível, interação entre o espaço construído e o natural.
Arkkitehtuurimuseo MFA
ANOTHER GENEROSITY Panel discussion at the Museum of Finnish Architecture
O pavilhão nórdico, projetado por Sverre Fehn em 1962, é uma celebração dos diferentes fenômenos naturais: luz, som e materialidade, reunidos de forma a configurar uma experiência arquitetônica única. A instalação que ocupará o pavilhão nórdico neste ano tira partido deste contexto criado por Fehn, questionando como estamos nos relacionando com o meio ambiente hoje em dia. O projeto encontra-se em fase de desenvolvimento, mas pretende criar uma experiência imersiva, configurando um espaço para encontros e debates aberto à todos os visitantes da Bienal.
O projeto foi encomendado em conjunto por três museus através de seus diretores: Juulia Kauste do Museu de Arquitetura Finlandesa, atual líder da equipe; Nina Berre do Museu Nacional de Arte, Arquitetura e Design da Noruega e Kieran Long da ArkDes, o Centro Nacional Sueco de Arquitetura e Design.
É nossa responsabilidade como arquitetos, restaurar o equilíbrio entre o ambiente construído e o ambiente natural. A arquitetura, como nosso principal instrumento de trabalho, precisa ser reinventada e por isso, devemos ser conscientes daquilo que estamos construído e seus consequentes impactos no ambiente natural. Qual é a visão de mundo que queremos comunicar através dos edifícios que projetamos?
-Eer Lundén, Lundén Architecture Company
Curador
O programa da Bienal vem se transformado aos poucos ao longo dos últimos anos, afastando-se daquela antiga celebração de projetos individuais ou de arquitetos de renome, para engajar-se em um projeto social, político, ambiental e econômico que procura inspirar a transformação de nossas cidades ao redor do mundo. Isso pode ser considerada como uma mudança geracional, longe dos "starchitects" e voltada para uma cultura arquitetônica engajada politicamente, consciente tecnicamente e colaborativa.
Os três museus têm a ambição de transformar o Pavilhão Nórdico uma plataforma de pesquisa, incentivando a criatividade e o debate no campo da arquitetura. Também queremos que os visitantes conheçam o que há de mais inovador na prática arquitetônica nórdica nos dias de hoje.
A partir deste ano, cada instituição deverá escolher apenas um único escritório ou arquiteto para conceber a proposta para o nosso pavilhão. Podem ser arquitetos, pesquisadores, curadores ou qualquer pessoa ou grupo que esteja contribuindo com o desenvolvimento da cultura arquitetônica na Escandinávia. Os três curadores serão responsáveis pelo desenvolvimento dos projetos, mas devem permitir que o grupo trabalhe de forma autônoma, sem nenhum tipo de interferência dos curadores.
Os três museus responsáveis estarão trabalhando em conjunto todos os anos para ajudar a financiar o projeto, fornecendo apoio institucional e garantindo que o contexto comum entre os três países esteja presente no desenvolvimento das propostas. Neste ano, estas instituições também devem organizar uma série de seminários de pesquisa relacionadas com a proposta para a Bienal de Veneza de 2018 com a equipe de Eero Lundén em Helsinque, Estocolmo e Oslo.
Acreditamos esta nova abordagem deve auxiliar nossos colaboradores, como Eero, a desenvolver projetos que contemplem os interesses da comunidade arquitetônica da Escandinávia e que resulte em uma experiência interessante para todos os visitante da Bienal de Arquitetura.
